A inteligência artificial (IA) está – e ficará ainda mais – pervasiva nas salas de aula. É o que mostra o relatório Intelligence Unleashed, elaborado pelo grupo britânico Pearson. Em diversos países, inclusive no Brasil, […]
A inteligência artificial (IA) está – e ficará ainda mais – pervasiva nas salas de aula. É o que mostra o relatório Intelligence Unleashed, elaborado pelo grupo britânico Pearson. Em diversos países, inclusive no Brasil, escolas e universidades investem cada vez mais nas máquinas inteligentes para oferecer a possibilidade de ensino e aprendizagem mais personalizado, flexível, inclusivo e envolvente.
Parte do sucesso da IA tem a ver com seu poder de expandir o ensino adaptativo – ou Adaptative Learning, em inglês. Em reportagem neste Desafios da Educação, explicamos que o modelo de aprendizado adaptativo se refere ao conjunto de ferramentas empregadas para customizar os processos de ensino conforme as particularidades do aluno. Geralmente, trata-se de um sistema baseado em soluções tecnológicas, como softwares e plataformas online. Daí a prevalência dos mecanismos de inteligência artificial.
As vantagens da tecnologia são muitas. “Como assistente virtual, a inteligência artificial na educação contribui para dar velocidade às etapas de retorno e feedbacks aos alunos”, diz Daiana Rocha, gerente de Produção de Conteúdo Digital da SAGAH.
Além disso, as ferramentas permitem que o professor faça uma espécie de mentoria com os estudantes, ajudando-os a progredir e experimentar um ensino adaptado às suas capacidades e às suas necessidades. Já os alunos passam a ter maior condição de autoavaliação de performance e de planejamento do estudo, conforme eventuais fraquezas ou facilidades.
Algo nesse sentido é feito pelo Open Learners Models, sistema de IA que funciona em algumas instituições de ensino internacionais. A ferramenta apresenta um detalhado desempenho dos estudantes aos professores. Inclui-se no pacote informações valiosas, em geral difíceis de serem percebidas pelo docente em uma turma grande, como o nível de conhecimento e a identificação de metas de aprendizagem adequadas.
Não, os professores não estão ameaçados. Mas estão desafiados a inovar. A tendência da Inteligência Artificial na educação é substituir trabalhos “braçais”. O intelecto humano ainda é muito valorizado para habilidades complexas como o ensino.
“Os professores fazem muito mais do que apenas repassar informações e avaliar o conhecimento dos alunos: eles treinam e orientam os estudantes, identificam e abordam fatores emocionais que afetam a aprendizagem deles e fornecem feedback sobre habilidades humanas, como pensamento crítico, resolução de problemas complexos, comunicação e gerenciamento de projetos”, afirma Thomas Arnett, autor do artigo Teaching in the machine age: How innovation can make bad teachers good and good teachers better, do Instituto Clayton Christensen.
“Dada a necessidade de qualificações que somente humanos podem ensinar, os computadores provavelmente não substituirão os professores tão cedo”, crava Arnett.
Para Rui Fava, sócio-fundador da Atmã Educar, nenhuma aplicação de IA é suficiente para substituir o professor. “O docente nunca será dispensável. Contudo, assim como a Inteligência Artificial está comutando toda ocupação preditiva no mundo do trabalho, na educação a simples transmissão, repetição de conceitos produzidos por terceiros, também será permutada por máquinas inteligentes.”
Fonte: https://desafiosdaeducacao.grupoa.com.br/inteligencia-artificial-impacto-na-educacao/
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