Você sabe o que é capacitismo?
O termo ainda não consta no dicionário, mas a situação que ele traduz é mais comum do que muitos imaginam. Algumas pessoas não sabem, mas acabam, mesmo sem querer, cometendo atos de capacitismo.
Quem nunca se surpreendeu usando expressões como “você é cego?” ou “está se fazendo de surdo”, para ilustrar situações em é necessário chamar a atenção de uma pessoa que não possui a deficiência, mas que não corresponde às expectativas em uma determinada situação. Essa linguagem mais coloquial, muitas vezes não intencional, é um ato de discriminação e pode ofender pessoas com deficiência.
Dar uma conotação negativa a uma deficiência é mais comum do que parece, mas não devia ser. A linguagem “capacitista”, discriminatória para pessoas com deficiência, ocorre de modo muitas vezes inconsciente e já arraigado em nossa cultura, que estabelece padrões do que é belo e do que é perfeito. Sendo assim, o uso de expressões capacitistas não está restrito a uma classe social ou um nível educacional – é uma questão de herança cultural fossilizada e que deve ser conscientemente combatida.
Como combater esse “lapso de linguagem”? O primeiro passo é ter a consciência de que estamos ofendendo pessoas, e que isso não é bom. Cerca de 15% da população mundial tem alguma deficiência documentada e isso não é diferente no Brasil. O capacitismo pode ser pessoal, ao ofender uma pessoa com deficiência diretamente, mas também pode ser sistêmico, quando associado à desigualdade no tratamento de pessoas com deficiência. No campo linguístico, a discriminação pode ser mais sutil, embora não menos dolorosa. A linguagem capacitista deve ser banida de nosso vocabulário, para que possamos ter uma sociedade linguisticamente mais justa e inclusiva, pois, além de ofender as pessoas que se enquadram na expressão utilizada, também afetam pessoas que adquirem alguma deficiência no futuro, como a perda da audição, muito comum entre os idosos.
Para um aprofundamento no assunto, sugerimos a leitura do artigo https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/viva-voce/noticia/2021/05/15/como-linguagem-do-dia-a-dia-pode-ofender-pessoas-com-deficiencia.ghtml